Vamos pensar sobre política hoje a partir dos mitos gregos.
A psiquê contemporânea não pode se resignar a não ver a face de seu amante! Existe um desconforto à naturalização dessa história, "a culpa" de Psiquê foi não se submeter a ser mulher de quem escondia dela a sua própria face.
Mas, o mito mais horrível que conheço é o da sacerdotisa mais bela que a deusa atena, lembram? A que foi estuprada por poseidon e, "por ter sido vítima de estupro", o quê por si só é uma experiência monstruosa e digna de um deus da antiguidade, foi castigada por atena.
A virgem não poderia castigar o deus-estuprador porque o panteon é uma organização totalmente patriarcal e monstruosamente machista, então ele deveria ver a sua vítima transformada em monstro. Assim cumpriu-se o destino na sociedade dos horrores, os cabelos da estuprada foram transformados em cobras e todo homem que voltasse os olhos para ela seria transformado em pedra. Realmente, o deus-monstro nunca mais estuprou as servas de atena.... Você lembra quem é essa desgraçada mitológica?
Sim, esses mitos não me servem e não servem a nós, a nossas filhas e a todas que virão depois de nós! Esses mitos povoaram as mentes de nossas ancestrais... a bela desgraçada e a deusa virgem que não tem poder para proteger sua serva, portanto, que acaba com a vida de sua inferior para punir um estuprador. Ser mulher talvez fosse como ser um cão sob tortura, sempre com o rabo enfiado entre as pernas e pronta para submeter -se a qualquer violência.
Mas, existiram as heroínas, e essas mulheres do passado, que fugiram desse roteiro biográfico de vitimização e impotência no "mundo dos horrores", creio que sejam os mitos contemporâneos. Lembro de uma agora, Espanha, séc XVI, Teresa D'ávila, a mulher que criou um estado paralelo para poder existir, a primeira doutora, a santa exibida em pleno gozo, êxtase, numa obra feita meia século depois de sua morte.
Sim, amores, seu êxtase contagiante criou um estado paralelo! O convento de clausura é um estado paralelo. Ou você acha que era possível a felicidade para uma mulher que estivesse acessível aquele povo submisso ao rei e à igreja?
A questão agora é: Quem somos nós hoje? Que espécie de povo nós somos? Quem sou eu? Quem são vocês? Talvez vocês sejam o povo submisso ao absoluto e à inquisição? Quem sou eu para perguntar, ou responder?
De fato, estamos livres do absoluto poder de uma monarquia por um século e trinta anos, e livres da inquisição por 2 séculos, o que falta para alcançarmos o paraíso e darmos adeus a esse infreno?!
Bem, defendo que a centralização do poder sobre as vidas dos povos, ou seja, sobre nossas leis, é a fonte.de toda a desgraça que vivemos no passado até hoje. Mas, vejo com absoluta certeza que hoje nós podemos transformar esse estado dos horrores ao superarmos o criminoso sistema de "representação política", e sim, nós temos hoje as condições do futuro que nossas ancestrais do passado desejaram.
A metáfora do paraíso é pelo fim da desgraça, e o fim da desgraça é termos propriedade sobre nossas vidas, a tão sonhada e desejada libertação dos escravos, porque ainda vivemos como povo escravo. Nós somos administradas por leis contrárias a nossa própria dignidade, isso é ser escravo. A escravização que vivemos hoje tem sua origem na origem dos impérios (imperadores - reis - "representantes políticos").
Sim, hoje nós temos condições de acabar com a desgraça humana, graças a nossas ancestrais, que nos deixam por herança a honra de sua memória. E, hoje, podemos ser o passado iluminado, glorioso, que as próximas gerações desejarão lembrar para sempre! Ou, talvez sejamos o passado que nossas descendentes desejarão esquecer como uma decepção, ou um trauma que a gente só lembra para superar a dor de ele ter existido?
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Bendito Êxtase de Santa Teresa, na escultura de Gian Lorezo Bernini, século XVII, no século seguinte a vida de Teresa.
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