Só aceitamos LÉSBICAS para presidente. E os diferentes sentidos de representar/representatividade.

"Só aceitamos LÉSBICAS para presidente, é uma leitura sobre a conversa entre a YouTuber HeeyCat, a produtora e diretora Marcella Rica e a atriz Vitória Strada. Minha leitura pretende ser pelo movimento por Democracia Direta Plena no Brasil. Seleciono uma parte dessa conversa, que é parte do evento do Mês do Orgulho LGBTQIA+, no Canal #ShipperCasal, no Youtube. Faço isso porque, sinceramente, quero ter o poder de provocar o fim das confusões para o uso do verbo representar e das palavras representação e representatividade. E esse título lê a conversa de um jeito que pode provocar essa confusão que acontece no dia a dia. Será que consigo acabar com a confusão entre diferentes significados para a palavra representação? 

A live fala sobre representar e representatividade, mas existe diferença entre o que está sendo dito nessa live e “representação política”. Por exemplo, qual a diferença entre representatividade no jogo da “representação política”, e representatividade como está sendo tratada nessa conversa ao vivo¿ Por isso esse título provocante: só aceitamos lésbicas para presidente. Assiste o vídeo, amor é contagiante e transborda.

A ênfase mais importante para representação nessa conversa é a identitária, LGBTQIA+. O título - Só aceitamos LÉSBICAS para presidente - é para impactar os sentidos/significados de representar, colocar dois significados do verbo representar, um na frente do outro: de um lado a identidade LGBTQIA+ e do outro lado a “representação política”. Acho que assim fica fácil.

"Representante político", está citado na Constituição/88 e tem sentido único, significa que alguém tem o poder de decidir por um povo. Nas "repúblicas representativas", o povo vota para autorizar um cidadão, o “representante político”, a decidir por todos. Há 140 anos atrás aqui era monarquia, o “representante político escolhido por Deus” era o rei. O rei era soberano porque tinha poder sobre todos os outros poderes, hoje na Constituição/88 o povo brasileiro é soberano, vivemos um sistema político fundamentado na soberania popular. Não estamos exercendo nosso poder, temos de exigir condições para o exercício pleno de nosso poder sobre as leis.

O verbo representar e a palavra representatividade, na conversa do evento, tem sentidos diferentes do sentido usado pelo jogo do sistema de “representação política". Representar e ser uma representante, nesse bate papo ao vivo, tem significados diferentes da estrutura do sistema de “representação política”. Por isso a máxima é o título: Só aceitamos lésbicas para presidente! Achei muito legal isso, porque devemos ocupar os espaços, então, vamos brincar de ocupar o espaço de maior poder político no Brasil, e mostrar essas diferenças para o uso do verbo representar. Esse verbo tem muitos sentidos.

Eu trabalho para a superação do sistema de “representação política”. O que quero para nós vigora na Suíça e na Islândia, que são minhas principais referências. Encontro com muitas pessoas que confundem o fato de eu querer para nós a superação do sistema da "representação política" com essa representatividade, como se eu fosse contra essa representatividade que se revela quando nos posicionamos publicamente para acabar com preconceitos.

Os preconceitos são fontes estruturais do mal na nossa vida social, como alguém pode ser contra quem se expõe para acabar com preconceitos? Difícil essa confusão! Preconceitos produzem exclusão, violência, humilhação e até a morte, e isso eu chamo de mal. É o que tem acontecido com pessoas LGBTQIA+ como eu. Não pretendia falar sobre mim, mas essas confusões são apresentadas a mim não por ser LGBTQIA +, mas por querer uma vida com um sistema político minimamente digno, e isso significa o povo com plenas condições para vetar e votar leis sempre e quando for necessário. 

Pertencemos a uma história da Humanidade e é melhor olharmos com os olhos limpos para quem somos antes que nos apontem. Misturo o meu lugar de fala LGBTQIA+ com a proposta de superação da “representação política” porque entendo que o povo vetar e votar leis é caminho seguro para acabarmos com todas as formas de violência, porque essa violência existe como estratégia de coerção para a submissão de todos ao sistema. O sistema do controle sobre nossas vidas é o contrário da Diversidade. LGBTQIA+, sobretudo, é uma força da Vida porque A Vida é Diversidade, e para essa força dominante eu estou entregue.  

A conversa entre essas lésbicas não trata de "representação política", mas de outro tipo de representação. A "representação política" da dita "democracia indireta" significa "escolhermos" alguém para decidir por nós as leis que definem condições para nossas vidas coletivas, nossas terras, nossas instituições, enfim, "representantes políticos" decidem tudo até onde as leis alcançam. Faço parte desse movimento porque está errado que um pequeno grupo de pessoas tenha poder arbitrário sobre nossas vidas. Está errado obedecer leis feitas arbitrariamente contra nossas vidas. As nossas vidas são nossas, o Estado Brasileiro é do Povo Brasileiro, não o contrário.
Esse sistema político é herdeiro da centralização do poder sobre as vidas dos povos. Antes, o Império do Brasil sustentava vaidades à moda européia, com desgraça, e, nós, a “república representativa”, continuamos esse padrão. 
Mas, existem lugares onde o povo veta, vota e propõe lei. Tudo fácil de fazer, acessível, basta querer! Até parece poema do Manuel Bandeira. Vou embora pra Suíça! Lá deputados não recebem aposentadoria! Vê as leis de aposentadoria na Suíça, nenhum deputado sai prejudicado, todo mundo trabalha, deputado não é profissão, é cargo de honra, de confiança. Isso não rende aposentadorias nem pensões. @FimDeAposentadoriasESalariosParaPoliticos 

Veja o vídeo sobre a Islândia, no meu canal no YouTube https://youtu.be/XGoB-LMm6L4 o povo no poder é o único caminho para a estabilidade econômica. O povo no poder é o caminho para a estabilidade econômica da Islândia em 2008, faça uma pesquisa e conheça a vida na Islândia hoje.

Lá ""representante político"" só faz o que o povo quer, entendo que isso não é “representante político”, por isso as aspas duplas, kkkk. Lá acontece o que quero para nós, e é completamente diferente do que vivemos aqui, eles não tem poder arbitrário, a regra não é "manda-obedece". A diferença entre legisladores e administradores do Estado na Islândia é que eles trabalham para corresponder às expectativas do povo, porque se eles fizerem algo que o povo não concorde, o povo tem como vetar e propor algo melhor imediatamente, sem esforço físico extraordinário, ou quesitos burocráticos inatingíveis. Tudo o mais simples possível e com fácil acesso.

Imagino a Islândia como um país onde todo mundo contribui, faz parte, decide, propõem, veta e vota, é simples assim. Estou planejando viajar para a Islândia para publicar aqui e no meu canal no Youtube tudo que conseguir sobre o que é um país onde o povo tem o poder de vetar e votar leis. Essa experiência como povo nós precisamos viver!

Acordos coletivos, leis, regras, são fundamentais para vida compartilhada, o problema que enfrentamos é sobre quem tem o poder de decidir nossas leis. No nosso caso, está nas mãos dos ditos "representantes políticos", e é isso que caracteriza a "representação política", ou seja, esse poder de decidir pelo povo. A palavra povo aqui, como uso, significa categoria política conforme a Constituição de 88, e "representante do povo", está lá, é 'a' outra categoria política com poder de decidir as leis, mas o seu poder está abaixo do poder do povo. Quem é “representante do povo” não é povo, assim diz a Constituição/88.

Os “representantes do povo” são diferentes do povo em seus direitos. Além de terem todo poder sobre a vida do povo, eles têm privilégios, são privilegios que eles mesmos criam e autorizam. Eles decidem as leis que regulamentam seus privilégios e o povo não pode vetar, votar e propor leis que substituam essas propostas de lei feitas pelos ditos "representantes políticos", por isso a página: @FimDeAposentadoriasESalariosParaPoliticos

 Nesse vídeo, nesse lugar de influenciadoras digitais, lésbicas, atrizes elogiadas pela crítica, elas estão conscientes de suas importâncias como representantes/referências para uma grande quantidade de pessoas que sofre a violência do preconceito no dia a dia. Isso existe e devemos trabalhar para acabar com essa realidade.

Tudo na conversa emerge em relação à defesa dessa parcela do povo brasileiro que compartilha uma experiência específica: LGBTQIA+, e isso inclui todas as pessoas que são cis e hétero e sofrem conosco. Porque muita gente sofre conosco.

No bate papo as histórias pessoais são compartilhadas reciprocamente e situadas no limite do tempo histórico onde preconceito existe e é estratégia política de dominação de individualidades, opressão de grupos. Marcella Rica fala de um momento especial de transformação dessas relações desde dentro da emissora de TV aberta com maior alcance no país. Por representatividade ela fala sobre o momento de mudança nas relações profissionais, na transformação da relação atriz/ empresa/público. E no momento dessa transformação essas relações mais surpreendem do que são compreendidas por ela. De repente, como numa piscada de olho, o mundo recebe a ela e à Vitória Strada como lésbicas melhor do que elas poderiam ter sido recebidas sob o perfil público de um casal hétero. Elas foram o casal do ano e estão entre as empreendedoras de comunicação mais bem sucedidas em meio à pandemia.  Elas viveram/estão vivendo, nós estamos vivendo, o fim do jogo da homofobia das mídias de massa às redes sociais e nossa meta é  respeito,  dignidade no cotidiano.

Essa história é especial, claro que as mídias de massa foram um lugar especial porque tinham, e ainda tem, alcance, acesso, à comunicação com uma grande parte da população. Mas, a mudança vem de fora para dentro? Tem muita coisa para ser dita.

Na entrevista, elas compartilham a ideia de que a defesa LGBTQIA+ está acima dos relacionamentos amorosos. Não importa, lésbica ou não, a defesa da diversidade está acima de nossas orientações sexuais. A representatividade, nessa conversa, aponta pra importância de ocuparmos espaços enquanto referência LGBTQIA+ pelo fim do preconceito. Isso está evidente e aparece como o motivo principal da Live e do evento. Aqui, eu trato como uma excelente oportunidade.

A importância plural dessa questão LGBTQIA+ é a diversidade, o que torna nossa experiência diferenciada. A inteligência tem a ver com o lugar da experiência, porque as respostas são outras, as leituras dos contextos são outras, e tudo isso faz parte da nossa sobrevivência como lésbicas, bissexuais, putas, mulheres, negras, pobres, analfabetas. Nossa inteligência, nossa sensibilidade, nossa "outra forma de viver", criam o desejo infinito de transformar tudo que existe de ruim em bem. Porque? Porque o mal do mundo nos persegue por nossas formas de amar, viver, performar, ter prazer, por gosto, por felicidade e encantamento. Afinal, o que te faz ter prazer e amar outras pessoas?

Então o amor deve estar presente em todas as suas formas e em todos os espaços da vida social. Ocupar/representar, aqui, é um jogo de corpo para dissipar o horror! Estar representando é ocupar o seu próprio espaço de dignidade enquanto lésbica, LGBTQIA+, até que o preconceito acabe e sejamos diversas/os e felizes. Fundamental é mesmo a diversidade, é impossível ser feliz sozinha, parodiando Tom Jobim, Wave.

A bandeira LGBTQIA+ é um sentimento, um desejo, uma ideia e também um compromisso com a vida simplesmente porque não dá pra viver sob preconceito. De um jeito ou de outro preconceito resulta em algum tipo de morte. E sentimentos, desejos, ideias, compromissos com a dignidade, respeito, a alegria, o amor, podem estar dentro de qualquer pessoa, não importa sua identidade, gênero, sexualidade, cor da pele, seu colorido. Simples assim. Você gosta de que?

A atriz Vitória Strada, no final, fala sobre o quanto é possível o fim da LGBTQIA+fobia entre pessoas com mais de 60 anos. Concordo e faço questão apresentar o horizonte de uma lésbica/bissexual (até hoje não sei se a minha bissexualidade é real ou é uma produção heteronormativa) de 53 anos, e lembrar que as pessoas com 60/70 anos foram adolescentes das décadas de 60 e 70, ou seja, conhecem o horror e estão tendo uma segunda, terceira, ou milésima oportunidade para fazer diferente. Penso que essas pessoas devem nos proteger e nada mais. Não estranho o carinho dessas gerações pelas pessoas LGBTQIA+, no entanto, estranho qualquer exclusão por preconceito. 

53 anos, hoje, significa que no passado eu tive minha vida atacada, minha paz atacada, minha felicidade estigmatizada e associada às piores formas da decadência e monstruosidade, como muitas outras pessoas LGBTQIA + tiveram suas vidas atacadas, sua felicidade destruída, e quem nos matou no tecido da vida social foram especialmente individualidades que hoje tem mais de 60 anos e mantém esse comportamento violento, exclusivo.

Ou seja, não é a primeira vez que sofremos o ataque dessas mesmas pessoas. Esse olhar é outro porque estou há mais tempo buscando com todas as forças a superação desse horror, e já sei onde nós erramos porque não era possível elaborar essa resposta no passado, na década passada. O pesar é outro. Por isso eu peço, não permitam exclusão, humilhação, violência, isso não deve existir. Falo porque quero viver outra vida e sei que nada pode ser feito quando a violência é consentida, "quem cala consente, eu desacato, não vou parar nas mãos de um rato. Não vou ficar mais nesse inferno, nem vou parar no cemitério. Então Tome! Meninas, vocês acham que eles querem mais?", Clara Crocodilo, Arrigo Barnabé.

Preconceito não pode ser tolerável, se não der para interagir, transpira a rejeição pela LGBTQIA+ fobia, FOGE, mas não comunica tolerância ou resignação, sessenta anos não é sinônimo de invalidez ou demência, pelo contrário, quanto mais idade mais sabedoria. Essa é a condição da experiência no tempo.

Tem outro agravante, quem tem privilégios e sofre qualquer desrespeito, deve perguntar a si se aquele agressor faria algo pior com alguém em situação de fragilidade. Estou dizendo que pessoas em situação de fragilidade sofrem o mal produzido pelos cruéis que os favorecidos toleraram.

Os piores crimes por preconceito começam por uma ideia, um sentimento que é compartilhado entre os que se identificam, e "os outros" aceitam a justificativa dada para produzir o mal, portanto, o mal está consentido e justificado na cabeça de quem promove o mal, humilhação, exclusão, desrespeito, violência, não existe culpa, caracteriza a psicopatia. Não importa que idade tu tens, tu não tens o direito de atacar, humilhar, constranger, violar outras pessoas. 

Tem muita coisa a ser dita sobre esse bate papo e a partir dele. Gostou?

Veja a conversa inteira no Canal #ShipperCasal https://youtu.be/M9aqCdsRbEo

Ser feliz é promessa de melhor futuro. Eu quero ver esses olhos iluminados e brilhando pelos próximos 5 mil anos!

Manaus 09 de julho de 2021."

Jakeline De Souza

souzajakelinede@gmail.com





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