Do inferno ao céu: o "pobre" e "burro" povo brasileiro

"Enxergar o horizonte é o primeiro passo para alcançar o horizonte", e a "verdade" da metáfora conclui: "logo, quem não deu o primeiro passo não enxergou o horizonte".
Contamos mais de 500 anos de gente brasileira e vemos outros povos, em outros países, com histórias diversas e semelhantes, em "melhores" condições que nós. Então, "logo", o problema deve ser conosco. Alguns explicam desse jeito quem somos nós, o povo brasileiro nas relações políticas, copiando o reducionismo de Descartes, um homem importante há 400 anos atrás. Acho que devemos superar isso.
Mas, é claro que devo considerar que posso estar errada quando faço a defesa da excelência política do povo brasileiro, mas só vou considerar um erro a minha interpretação se esses outros povos, aos quais somos comparadas/os, estiverem plenamente satisfeitos com a economia em seus espaços políticos. Quero dizer que a única comparação possível é em relação aos estados onde o povo tem propriedade sobre suas vidas, ou seja, tem como vetar e aprovar leis sempre que considerar necessário. Em relação a estes estados de exercício pleno da soberania popular nós podemos verificar que todos apresentam uma economia sólida e um caminho que devemos tomar por referência para alcançarmos o que eles já alcançaram.Do contrário, podemos admitir que nós, assim como eles, estamos criando, cada qual a sua própria maneira, condições para superarmos a condição de povo que não tem propriedade sobre suas vidas, e esse mal gerado pela escravização dos povos ultrapassa fronteira todos os dias pelo ar, com os corpos e nas relações políticas. Nesse caso, sugiro que pensemos sobre a eficácia da nossa "estranha" maneira de alcançar um estado geral de dignidade e satisfação para nossas vidas. É nesse sentido que apresento a minha reflexão sobre enxergarmos o povo brasileiro no horizonte das relações políticas  [nota 1].   
O cotidiano do nosso povo é território fértil para "contradições", o mal pode ser bom e vice-versa. Estamos anos-luz de distância de qualquer simplificação reducionista. Entre Oriente e Ocidente, a herança ocidental aparece como a mais reducionista. A Ciência foi a filha mais poderosa da moral religiosa monoteísta do Ocidente, a mãe cuida do espírito e a filha da matéria, do corpo humano aos estados nacionais, tudo em nossas vidas tem sido regido, às forças, por essa redução dual. Hoje, ambas ainda definem a estrutura das instituições que sustentam o Estado Nacional, do método científico à "representação politica", não existe inteligência além disso . E, entre essas limitações serem explícitas na formatação dos pensamentos e na estrutura das relações institucionais, nós, o povo brasileiro, somos apontados como incapazes, responsáveis pela instabilidade e desigualdade econômica no Estado que existe no rico e poderoso território nacional.
Dizem que a culpa é nossa porque nós "votamos mal", como se houvesse alguém bom para ser votado e não tivéssemos que dar continuidade à mentirosa "representação política" para chegar, um dia, ao exercício pleno de nosso direito de aprovar e vetar as leis que mandam nas nossas vidas, e nunca existiu "representante político" que assumisse organizar o Brasil para nós vetarmos as leis que eles fazem contra nós, contra o nosso patrimônio, contra o nosso país. A culpa é nossa porque nós "não vamos em massa às ruas", como se houvesse um movimento de massas que responda aos interesses do povo brasileiro sem a manipulação por grupos facciosos/partidários, partido é facção. A culpa é nossa porque nós "não assumimos no século XX um conflito armado" que cobrisse de sangue todo território nacional e o "povo" tomasse o poder pelas armas, como se não fosse suficiente sabermos que a disputa entre socialistas e capitalistas não é nossa, e as grandes guerras e as revoluções armadas do século passado pertencem a essa disputa entre grupos econômicos internacionais que, através de guerras e revoluções alcançaram a colonização de países fazendo povos lutarem entre si ou contra si mesmos, e alcançando a desgraça necessária para usurparem a vida, a dignidade e tudo que puderem desses povos. E, devemos ser "um povo burro" porque já pagamos uma inflação de 50% ao mês, inflação digna de um país violentamente quebrado por uma guerra ou revolução armada, que servem a relações econômicas arbitrárias a vida da gente brasileira, e, são os mesmos grupos que tiraram de nós o "lucro" sem colocar trincheiras dentro das nossas casas. E o horror que uma guerra ou uma revolução armada produz, pagamos em uma "década perdida", de uma crise econômica absurda, e isso tudo porque nós, o povo brasileiro, somos "incapazes".
Além de pagarmos os "lucros" de uma economia inominável, pagamos aos "capatazes locais" e aos "patrões de fora" submissão a uma ideologia reducionista com fronteiras fixas entre o mal e o bem, afinal, nós devemos ser culpados para que os que nos fazem mal sejam "inocentes". Assim, as fronteiras rígidas estabelecem que nós estamos erradas/os, e os "inocentes" estão certos, por que "certo é o contrário do errado", e devemos ser distinguidas/os pois "o joio e o trigo não podem se misturar", assim como, "não se misturam" os sujeitos e objetos, os servos e os senhores, pecadores e santos, deus e o diabo. Nessas fronteiras fixas não se pode estar dos dois lados, não se pode ser as duas coisas, então morremos de miséria, depressão, de falta de dignidade e falta de fé, porque não somos "bons" o suficiente para viver a felicidade mínima da dignidade e do respeito, e, por nossas crianças, por um futuro melhor, sobrevivemos sob a corrupção em nome de um qualquer "rei dos desgraçados". Pagarmos com nossas vidas no inferno o pecado da contradição, ou sentimos o gosto da breve redenção, que pode servir mais para amargar com a certeza de que nossa paz é temporária, do que nos dar fôlego para continuar tentando mudar nossa história, a história do Estado Nacional. Assim, para essas explicações reducionistas, se ainda não resolvemos os problemas econômicos e políticos em nosso país é porque nós, o povo brasileiro, somos incapazes.
Mas o fato, a realidade cotidiana, nossa, é outra. Nós somos mais que duas coisas, e nem mesmo a relatividade do Tao nos alcança. Ainda que Confúcio considere que a água pode ser "boa" e nos dar a vida, assim como, pode ser "má" e nos tirar a vida, o livro de mutações parece ser feito com menos do que a nossa realidade. E isso já não nos surpreende, somos todas as ideias, cores, e humanidades, Misturamos todos os dias um leque cada vez maior de experiências e conteúdos na base da pirâmide da corrupção em nosso país e no mundo, e é esse discurso de dominação que se explica com a ideia de que existem "servos" e "senhores", e insiste em apresentar o espaço político ocupado por nós, o povo brasileiro, nessas relações, como resultado de uma "mentalidade servil".
Precisamos dizer que, de um modo geral, estamos conscientes da contradição entre o que sentimos e somos, ainda que, de um modo geral, não consigamos expressar essa consciência em palavras para responder todas as críticas e colocar todos pontos. Somos nós, o povo brasileiro, a complexa condição dessa mistura consciente, que respeita os poderes instituídos porque escolhemos fazer valer nossas posições econômicas e políticas, para o Brasil e para o mundo, através de poderes instituídos. Temos a "incrível" necessidade de assegurar a paz no centro e transformar as estruturas pelas bordas, como uma insuportável sopa escaldante no calor dos trópicos e da Amazônia, sopramos a sopa na colher. E nós, o "burro" povo brasileiro, nosso modo de ser, é a garantia econômica de nosso país nas negociações internacionais. Nós garantimos a estabilidade do país, e nossa inteligência, para alguns "superiores" é uma "mentalidade servil", para nós é o caminho mais rápido para alcançar nosso ideal de vida e economia.
"O rei finge ser um idiota" diz o I Ching, e nós somos o rei. Nosso "ponto de mutação" já aconteceu. Assistimos uma nova semente brotar da terra numa "dificuldade inicial", por que a filosofia oriental ainda serve para fazer entender, aqui, a transição da milenar Economia da Escravização dos Povos, que herdamos das monarquias, para a soberania do povo brasileiro, Quando falo em soberania, estou dizendo: a transição de povo escravo para povo soberano, povo rei, e isso é mais do que ir "do inferno ao céu".
Ora, enxergar o horizonte não determina o primeiro passo. Todo passo depende dos pés, dos pulmões, do corpo inteiro, e também do caminho. Mas, se você não vê um primeiro passo nos movimentos do povo brasileiro, sugiro que considere também a limitação do seu próprio olho antes de dizer que nosso povo não enxerga seu melhor destino, e, pior, antes de dizer que nosso povo não tem sentimentos sobre a falta cotidiana de dignidade que ainda hoje vivemos, afinal, uma mentalidade servil, que se submete a essa falta de dignidade cotidiana, é, antes, um sentimento de aceitação da humilhação do povo pela corrupção e hipocrisia, explícitas nas relações econômicas para esse sistema de "representação política".
Alcançar o horizonte, o fato, um corpo num ponto dessa Terra, que se desloca até outro ponto avistado, antes, no limite de alcance da visão do seu olho, depende de muito mais do que o olho e o horizonte para o primeiro passo. E por isso pegunto, como alguém pode querer apresentar o povo brasileiro como condicionado a uma "mentalidade servil"? Não é coerente considerarmos que nossa "imobilidade" diante do horizonte pode estar relacionada a qualquer outra parte do corpo, assim como, ao caminho? Ou ainda, será que o olho de quem vê o povo brasileiro imóvel é capaz de enxergar a ebulição de nossas vísceras saltando como fogos de artifício nos espaços abertos do presídio Anísio Jobim no réveillon de 2017, tomando formas, as quais, esse olho não reconhece e, portanto, não consegue entender? Onde estamos? Quais as nossas condições? Qual é o caminho para o nosso pleno bem estar e dignidade nas nossas vidas? E, especialmente, de onde vem o discurso reducionista sobre quem somos?
Os comentários políticos, econômicos, gerais, quando falam em povo brasileiro nos apresentam com uma "mentalidade servil". Mas, também, não vou simplesmente reduzir essa compreensão em si, ou estaria cometendo o mesmo erro. Meu esforço aqui é exatamente o contrário, quero que superemos esse erro reducionista quando pensamos em que somos nós, o povo brasileiro, e, para isso, identificar a origem desse discurso é importante.
Toda perspectiva é resultada de um lugar de onde se vê, como aquela história dos cegos e do elefante, em que cada cego descreve o elefante pelo pouco que tateia. É claro que dizer que o povo brasileiro tem mentalidade servil é uma perspectiva. Então, compreender de onde vem essa perspectiva, onde está quem diz esse tipo de coisa, o que quer, quem está falando, é importante,
Gosto de seguir rastros para pensar nas verdades dadas, e os rastros das compreensões político-econômicas são históricos. Na história vemos com facilidade essa estratégia de reduzir o povo à inferioridade desde a origem da milenar relação entre donos do poder e seus escravos, Aristóteles apresenta os escravos  como objetos, mas quem são os escravos de fato na vida de Aristóteles? São pessoas que não tem poder de decidir, trabalham e obedecem, servem, como nós, o povo brasileiro, hoje, trabalhamos e obedecemos as leis que administram nossas vidas. Hoje, ainda não decidimos sobre nossas vidas, assim, nossas vidas não são nossas de fato. Parece ser bom para Aristóteles e seus amigos discutirem sobre os escravos como inferiores, não pensam, não tem inteligência, não são capazes de administrar suas vidas, como animais são inferiores aos humanos. Um jeitinho exclusivo de pensar um escravo, quero dizer, que tem como propósito a exclusão e a exclusividade [nota 2].
Podemos identificar esse padrão no entendimento político sobre quem são os povos desde a origem dos impérios até hoje. Em todas as formas de organização política que fizeram parte da história da Economia da Escravização dos Povos identificamos um entendimento sobre os povos como inferiores em suas capacidades, e isso justificava o poder de uns sobre os outros. Mas, como meu objetivo aqui é pensar o povo brasileiro aprovando e vetando leis, hoje, em nosso país, então vamos aproximar o foco, e voltamos a falar no Brasil dos últimos 30 anos, a partir de 1989 até hoje, voltemos a falar sobre a "representação política" depois da ditadura militar.
A soberania do povo brasileiro emergiu de modo significativo na Constituição/88, ainda que seja insuficiente nos seus termos [ Nota 3]. A Constituição vigente inicia declarando que todo poder nesse país emana do povo, vem do povo, e pode ser exercido pelo povo com ou sem "representantes". Isso está no Parágrafo Único do Artigo 1º.
Ora, desde 1988 temos condições de exigir o exercício pleno de nossos direitos constitucionais, mas nenhum "representante político", desde a origem da República Federativa do Brasil, apresentou-se comprometido em estabelecer espaço definitivo para o povo brasileiro exercer seu poder soberano sobre nossas próprias vidas. Pelo contrário, é recorrente ouvirmos conversas sobre a "importância dos representantes", gente "capaz" para exercer o poder sobre nossas vidas. E nesse discurso está a ideia de que nós não somos capazes de exercer o poder sobre nossas vidas, o mesmo que Aristóteles dizia sobre seus escravos: incapazes.
A ênfase desse discurso, que apresenta o povo brasileiro como incapaz de exercer seu poder soberano, não se restringe ao discurso dos "representantes", pelo contrário, é legitimado por uma elite que não assume a responsabilidade sobre o que acontece no país, porque não tem interesse em assumir, então, a atual situação política e econômica deve ser resultado da incapacidade do povo de gerir a sua própria vida. E, esse discurso foi dito tantas vezes, que algumas pessoas mais humildes do povo reproduziram, mas exclusivamente para que todos entendessem que o discurso já era ensurdecedor e alguém deve lhes dar uma resposta. Assim, nos últimos 30 anos esse discurso serviu para ofuscar quem somos, assim como, a violência física contra mobilizações de grupos sociais, que se estendeu depois da ditadura militar, e a manipulação das mídias de massa sobre tudo que acontecia no país, serviram para desmobilizar nosso conhecimento sobre nossos direitos, tanto o quanto sobre o que está acontece no país e no mundo, e isso todos sabem que nós já entendemos. E nós, o povo brasileiro, suportamos esquerdas e direitas afirmarem nossa "incapacidade" política porque não havia espaço para transformarmos, de 1989 a 2018, o Brasil da "representação política" no Brasil do povo que faz e veta nossas leis.
Ao curso desses 30 anos, a violência para opressão política diminui significativamente, e o povo assumiu riscos, votou no "caçador de marajás com cara de mocinho de novela", e depois dessa decepção, amadureceu a esquerda, e, da centro esquerda para a esquerda que continua, mudou a situação. Ao curso das eleições, quem era situação virou oposição e vice-versa. O povo brasileiro colocou um operário na presidência da república, por duas vezes, e nunca aprovou uma proposta de mudança apresentada por plebiscito. Essa decisão do povo nas urnas fala comigo, eu ouço o povo brasileiro dizer: nossos plebiscitos devem ser propostas do povo e não dos "representantes". Você não ouve? Será que só eu ouço?
O sistema de "representação política" é faccioso, os "representantes" são facciosos. Suportamos a humilhação desse sistema por esses trinta anos sem questioná-lo de modo pontual, porque as condições físicas da comunicação não eram as mesmas que hoje. Apesar de todas as dificuldades, a comunicação hoje está mais dinâmica. Então, aos poucos "o pobre e burro" povo não precisa dos "inteligentes" para "representar". A situação, ou seja, os que "dominam" os espaços do poder centralizado nesse malfadado sistema de "representação" sempre são "o mal", e a oposição, os que não estão no "centro" do poder nesse jogo, justificam a disputa por esse poder sobre a vida do povo brasileiro com o argumento de que alguém tem que "representar" o povo incapaz. E todos se dizem "representantes". Mas, as coisas estão mudando gradativamente, as mídias alternativas falam sobre países onde os povos vetam e aprovam leis, os escândalos de corrupção colocam os "políticos" na cadeia, e os que acusaram eles também são acusados de corrupção. Isso é bom, estamos limpando, aos poucos, a casa. Precisamos de um sistema de fiscalização eficiente, essa é a outra face da democracia, quero dizer, de um novo sistema político onde o povo tenha o poder de decidir leis.
Agora, mais do que nunca, o único argumento para a continuidade do sistema de "representação política" é dizer que a culpa é do "povo incapaz". Nos meus ouvidos ouço os gritos da relação entre "representação política" e esse discurso de "povo incapaz" alertando o quanto precisamos superar esse sistema de "representação política" para sermos definitivamente respeitadas/os como povo.
Mas, nosso povo é cauteloso, e ainda estamos amadurecendo nossa compreensão sobre como organizar o Estado Nacional para o povo brasileiro exercer seu direito soberano de decidir nossas leis. A ideia está sendo formulada, agora, pelo povo brasileiro, e antes do que se imagina, emergirá. E a metáfora do olho e do horizonte, só nos serve, agora, se considerarmos a violência que manteve nossos corpos imobilizados, sob coerção, no Brasil de 500 anos, assim como, se considerarmos que esse mesmo povo quer transformar as relações políticas no nosso país mantendo um equilíbrio, mínimo, estável na transformação da estrutura do Estado. E, nesse momento, faço questão de lembrar que o percentual de votos válidos no segundo turno das últimas eleições presidencial foi menor que 70%, então o atual presidente teve pouco mais de 35 % da aceitação do eleitorado.

Sim, os nulos, em branco e abstenções, passaram de 30%, cerca de 42 milhões de brasileiras/os. Destes, 7,4% de votos nulos, para quem nenhum dos candidatos era candidato válido. Isso significa que o atual presidente teve pouco mais de 35% dos votos, ou seja, o povo brasileiro não elegeu, em sua maioria, este presidente, mesmo ele tendo mais votos que o outro.
Estamos a um passo de anular as eleições presidenciais, em 2022, por sufrágio universal. Essa é a resposta de nosso povo para esses "representantes" que não se comprometem em estabelecer espaço definitivo para o povo brasileiro exercer seu poder soberano de decidir, aprovar e vetar, leis em nosso país. Nosso horizonte é alcançar o exercício pleno de nosso direito sobre nossas vidas, ou seja, o povo brasileiro, aprovar e vetar nossas leis [ nota 3], respeitando as instituições, garantindo a continuidade do que temos estabelecido, do nosso modo.
O rei já não precisa fingir ser um idiota, nós, o povo brasileiro, somos o rei. A transformação é emergente, irreversível e definitiva, e isso é resultado de uma história de mais de 5 mil anos, e é, para nós e, para toda a Humanidade.
Manaus, 02 de julho de 2019.
Jakeline De Souza
souzajakelinede@gmail.com


Esse texto surgiu a partir de conversas nas redes sociais, porque estou trabalhando para o nosso povo decidir nossas leis, trago o debate e a proposta. Semana passada alguém justificou nossa situação econômica e política repetindo essa ideia de que o nosso povo tem  "mentalidade servil". Respondi ao comentário rapidamente e decidi escrever esse texto.
Entre os argumentos do crítico ao povo brasileiro estava também a ideia da utopia para a democracia direta no Brasil, era uma publicação da @CasaDaDemocraciaDiretaNoRio , uma das páginas vinculadas à @RedeDasCasasDaDemocraciaDiretaNoBrasil , iniciativa minha. De uma maneira indireta, ele estava dizendo que o meu trabalho é utópico. Minha resposta para isso foi simples e reproduzo minha resposta pontual para a realidade aqui e agora:
Estou há 4 anos fazendo a coleta de assinaturas para nossa primeira lei de iniciativa popular @OutraLeiBrasil , www.outraleibrasil.com.br ,  nesse movimento em rede para o  povo decidir leis no Brasil. Porém, não estou conseguindo concluir a coleta de assinaturas por uma rede de pessoas que façam trabalho voluntário. Preciso de dinheiro para apoiar as pessoas que contribuem com a coleta de assinaturas. Então, estou vendendo minha propriedade em Manaus. É uma propriedade com escritura, com 1.200 metros quadrados, 20 X 60, distante apenas 3 km do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, poço artesiano e rede de energia elétrica, e o terreno é totalmente plano com duas árvores gigantes que são espécies da floresta amazônica, além de várias palmeiras amazônicas e árvores frutíferas equatoriais. Estou intervindo, junto à prefeitura da cidade, para que seja concluída a pavimentação na rua, conforme o requerimento de pavimentação registrado no processo de Número 2018/17428/17628/00066 - PROTUS - Sistema de Protocolo, Prefeitura de Manaus.
Estou vendendo minha propriedade, hoje, por 380 mil reais, mas negocio, vamos conversar.
Parte desse dinheiro garante a base que preciso para gerar todos os recursos necessários para a coleta de assinaturas. Para você ter ideia de como é a propriedade que estou colocando à venda, depois das notas de pé de página, anexo uma foto da frente da propriedade e aguardo contato através de meu email souzajakelinede@gmail.com  ou marchaxinguvivo@gmail.com
Comente, divulgue, critique, acrescente, colete assinaturas e assuma a Casa da Democracia Direta na sua cidade.


  1. Veja o artigo, neste blog, XI Semana Acadêmica de Ciências Sociais - NÓS SOMOS O POVO BRASILEIRO .
   2. Não vou legitimar a oligarquia da Grécia antiga como democracia, não faço com as repúblicas representativas. Estamos falando da tradição do pensamento ocidental, e para falar do Ocidente devemos separar o pensamento do fato, nesse caso, a ideia de democracia vale, desde que demos não seja para nós o que foi para os gregos da antiguidade.
  3. A Constituição/88 prevê que façamos leis no Inciso III do Artigo 14º, mas não prevê que vetemos leis como povo soberano, e nós precisamos vetar as leis com as quais não concordamos. Tomo por referência a legislação na Islândia onde 10% do povo islandês pode vetar uma lei que, depois do veto, é reformulada e encaminhada para ser aprovada, ou não, pelo povo. Quero isso no Brasil.
   

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